sábado, 6 de dezembro de 2008

FIM DE ANO

E aqui, fresquinha, a coluna de Dezembro.....Escrevi inspirada num trecho de rodapé do livro da tribo, em que alguém dizia, como desejo de ano novo: " Desejo que seus fins de semana sejam mais do que churrascos gordurosos" .... gostaria de ter escrito com mais poesia, mas não quis fugir do estilo da coluna... enfim, leva os meus melhores votos de um super ano pra todo mundo!

SOBRE O QUE VIRÁ
Por Taya Medeiros
Psicóloga (CRP 06/90460)


Adoro esta época do ano. Aliás, gosto especialmente de cada uma das épocas e suas peculiaridades, as belezas das estações... Mas o final do ano tem algo de renovação, é como se fosse dada a todos uma oportunidade de fazer melhor, de ser melhor, de tentar outra vez. Uma vez li um poema, de um poeta que gosto muito, mas não consigo me lembrar qual é, que dizia algo a respeito da genialidade de quem inventou de dividir o tempo em anos, pra que nós pudéssemos imaginar que podemos começar tudo do zero. E essa idéia foi mesmo genial, tanto a da pessoa, quanto a do poeta. Claro que isto tudo é de dentro pra fora, quase uma ilusão, sem a qual estaríamos, provavelmente, perdidos.
Pode parecer bem clichê este assunto, mas eu acredito na importância dos rituais, não pelo que eles prometem, mas pelo que mobilizam dentro de nós. Então decidi, além de desejar tudo de bom e mais um pouco, dar dois conselhos, que, se não fizerem bem, mal também não vão fazer:
1 - É hora de fazermos planos, de fazermos listas de desejos, de prosperidade, de decisões, de pendências. E mais do que tudo, é hora de levar estes planos à sério depois da meia-noite do dia 31. O ato de escrever é muito benéfico para a organização psíquica, ele nos dá a oportunidade de organizar internamente, de ter maior controle sobre os conteúdos da nossa mente, além de diminuir a ansiedade, então, mãos à obra, tenha um momento com você e pense em tudo sobre o ano que passou, todas as listas são bem-vindas, de planos, de objetivos, de metas conquistadas, do que aconteceu no ano que passou, até de filmes e livros, que viu/leu, ou que quer ver/ler, tudo isto além de fazer bem, pode ser bem divertido.
2 - A boa e velha FAXINA! Já deve ter ouvido sobre o princípio do vazio...Limpe sua casa (eu aconselho, o feng shui aconselha, os que recebem suas doações agradecem...), dê tudo o que não tem utilidade, doe mesmo, conserte o que está quebrado, decore o que está sem graça, coloque um cheiro que te agrade, um quadro que você gosta, um som que mexe com você.
E que você possa organizar suas fotografias, seus sentimentos, as pastas do seu computador, a sua memória, os seus CDs, seus amores, seus rancores, sua cozinha, o seu banheiro, sua cama, seu corpo e seu templo. E pra isso não poupe esforços, ria, grite, tome banho de ervas, ore, chore, dance, telefone, converse, cale, e o que mais for necessário, pra ficar tudo limpo pro novo, pra receber o que há de vir. E virá!

“Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”
Carlos Drummond de Andrade

Taya atende em psicoterapia na Clínica Sapiens, coordena o Grupo de apoio a Mulheres no Centro de Estudos Luz Divina, além de desenvolver trabalhos de integração do feminino através da Dança do ventre e grupos de leitura e reflexão.

Contato: (11) 7158-4755/4412-9999 ou tayamedeiros@uol.com.br

COLUNA DE NOVEMBRO

Vitrine de ilusões
Por Taya Medeiros
Psicóloga (CRP 06/90460)

Ontem recebi por e-mail um texto excelente, que nem título tinha, mas cuja autoria era conferida à jornalista Martha Medeiros, por quem guardo profunda admiração. Bem, o tal texto abordava uma questão que julgo de grande relevância no que tange ao comportamento (e ao sentimento, por que não?) humanos: A tendência a achar que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Não, não se trata da inveja, propriamente dita, como se pode imaginar lendo a frase desavisadamente, mas da sensação de que tudo corre bem para todos os outros, de que na vida do outro as coisas ACONTECEM, e na nossa, simplesmente acontecem, assim, com menos luz, em branco e preto, com letra pequenina. Esse sentimento é muito mais intenso na adolescência, e costuma ser abrandado com a maturidade (Atenção, eu disse maturidade, e não idade, pois tem gente que passa pelos anos e não amadurece), mas, apesar disso, vez ou outra um pensamento assombra com a possibilidade de a nossa vida ser muito pouco interessante.
Quero traçar um paralelo disto com o “bum” da modernidade, febre entre pessoas de várias partes do mundo: Os sites de relacionamento.
Bom, eu já fiz parte de um destes sites e sei que há coisas bem interessantes lá, como comunidades para discussão de assuntos de interesse, e a possibilidade de procurar pessoas de quem perdemos o contato, que não vemos há muito tempo, mas, no que há além disto, vejamos: Você entra em um site, coloca uma foto sua, coloca sua ficha, sua descrição (!!!), aí vai adicionando fotos dos seus momentos, dos seus lugares, dos seus amores...e Comunidades, não só as que você realmente freqüenta, mas as cujo título você acha engraçado, ou curioso. E adiciona “amigos”, claro, também não só aqueles que são seus amigos, mas aquela pessoa do trabalho que “te achou” lá e você teve que adicionar, aquele colega de colégio que você nem lembra quem é, mas ele te pediu, então... Nossa, e por falar em pedir, tem outra parte bem intrigante: o convite para ser amigo! Ele chega com nomes tão estranhos como “solicitação de amizade”, mas não vem ao caso... E logo você está lá, como numa página de revista, descrito por si mesmo, com uma foto escolhida por você e recados públicos dos seus 8.567 “amigos”.
Admito que haja exceções ao que vou dizer, mas, racionalmente, será que este tipo de site não é uma forma de disputa sobre qual seria “a grama mais verde”? Ou, no mínimo, uma vitrine de ilusões, uma forma de tentar mostrar, até para si mesmo, o quanto a sua vida é interessante, o quanto você é bonito e feliz? Ou será que alguém admitiria algo realmente íntimo, como um real fracasso, dores, tombos, medos ou segredos num destes sites?
Respeito quem gosta, mas acredito que seus amigos de verdade sabem seu telefone e não precisam que você se descreva para saber quem você é, e que a sua grama, verde ou não, é muito interessante, justamente por ser como é.


Taya atende em psicoterapia na Clínica Sapiens, coordena o Grupo de apoio a Mulheres no Centro de Estudos Luz Divina, além de desenvolver trabalhos de integração do feminino através da Dança do ventre e grupos de leitura e reflexão.

Contato: (11) 7158-4755/4412-9999 ou tayamedeiros@uol.com.br
Esta foi a coluna publicada em Outubro, mês da criançada.....

Respeitem os dentes de leite
Por Taya Medeiros
Psicóloga (CRP 06/90460)



Este mês escolhi usar meu espaço pra pedir respeito. Respeito é bom e todo mundo gosta, inclusive as crianças.
Por incrível que pareça às vezes nós, adultos, tentamos agir da melhor maneira possível, e passamos por cima do outro, invadimos, abandonamos, negligenciamos, sufocamos... Imaginem então o efeito que isto tem nas crianças, donas de uma outra linguagem, de uma lógica totalmente diferente, dependentes e admiradoras dos adultos. Não é raro, principalmente pra quem trabalha com psicologia, saúde e educação, deparar com pesquisas comentando sobre depressão infantil, crianças precoces, dificuldades de aprendizagem, stress... Mas, espera aí, stress não é um mal que atinge pessoas sobrecarregadas, ansiosas, que precisam dar conta de tudo? Como assim stress em crianças? Pois é, elas estão estressadas: comem mal, ou pouco, ou porcarias, fast food, conservantes, corantes, vivem em famílias estressadas, com horários corridos, assistem programas de adultos, têm acesso a computadores, e têm que dar conta de tudo no mundinho deles também, do curso de inglês, do espanhol, da informática, da natação, do judô, da escola... às vezes tenho a impressão de que voltamos para o período da história no qual as crianças eram vistas como adultos em miniatura, antes que se descobrisse que elas têm um universo diferente, de descobertas, de amadurecimento, precisam de carinho, de limites, de espaço, de segurança ... enfim, de RESPEITO.
Então vamos olhar bem e respeitar os pequeninos, os dentes de leite e os bichos de pelúcia, respeitemos as fadas e os amigos imaginários, respeitemos as perguntas infindáveis e os comentários esmagadoramente sinceros, respeitemos o colorido e a esperança, respeitemos a necessidade de atenção, a inteligência tão perspicaz quanto ingênua, os sonhos e os sorrisos, e olhemos para eles não só como promessas para o futuro, mas como nossos amigos especiais, que têm muito a aprender, mas muito mais a ensinar!


Taya atende em psicoterapia na Clínica Sapiens, coordena o Grupo de apoio a Mulheres no Centro de Estudos Luz Divina, além de desenvolver trabalhos de integração do feminino através da Dança do ventre e grupos de leitura e reflexão.

Contato: (11) 7158-4755/4412-9999 ou tayamedeiros@uol.com.br

NOSSA , DESDE JULHO!

Gente, dei uma passadinha pra postar as últimas colunas, e só agora vi que desde Julho não se posta nada por aqui....... Cadê minhas selvagens queridas? Cadê a Claudinha? Miriam? Alô?????